quinta-feira, 13 de maio de 2010

Educadores, à ação!

“A educação no Brasil não funciona porque, enquanto ‘soluções’ abundam aos borbotões, não se enfoca seu principal problema. Nossa escola não vê que seu próprio objetivo, assim como seus meios – os de ‘passar’ informação sem considerar que cada indivíduo é um indivíduo, com suas peculiaridades, com sua história, suas condições de vida – são absoluta e irremediavelmente equivocados. É necessário compreender que o jovem tem querer próprio, que este jovem quer algo diverso do querer do adulto, e compreender que repetir fórmulas ‘como um papagaio’, sem digerir os conhecimentos, jamais o levará a construir conhecimentos, e nem mesmo sequer a elaborar a ‘conservação da informação’ tal como esse modelo pretende. E ainda, abordando uma outra perspectiva, estudar apenas porque se ganha um prêmio, ou porque se é castigado em caso contrário, remete ao modelo behaviorista ao qual nos referimos anteriormente, e se baseia numa concepção de educação como ‘treino’ e ‘adestramento’, ignorando o homem como ser cultural, ético, e que constrói sua própria história.

Resta, portanto, diante da desesperadora situação da educação brasileira, conclamar a universidade para que, em lugar de se isolar em seu Olimpo e voltar-se apenas para seus meandros, sua maratona de publicações, sua política interna, seus jogos internos de poder, abra-se verdadeiramente para a dolorosa realidade social de nosso país que clama por soluções, por conhecimento a orientar as políticas, por ética a fundamentar as decisões, e traga o saber acadêmico para mais perto das injustiças sociais. O pesquisador, o cientista, o acadêmico, o intelectual, têm antes de tudo um compromisso político, pelo lugar que ocupam. E esse compromisso se realiza com ações, com o agir embasado na reflexão teórica."

Um comentário:

  1. Na minha leiga opinião, aprendi com a vida que, o inconformismo equanto cidadãos, nos trás muitas dores de cabeça, porém me torna uma pessoa útil, produtiva e geradora parcial ou integral da história local. Como Paulo Freire enfatiza, o nosso trabalho enquanto educando e educadores precisam sair da neutralidade. Por isso concordo com o que foi dito pelo Professor Oséias pois, precisamos arregassar as mangas e fazer parte do contexto acadêmico como pessoas responsáveis, inteiradas não só por interesses pequenos e individuais, mas pensando no todo, na diferença que podemos causar quando unidos podemos decidir e fazer a diferença.

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Saudações...