sexta-feira, 30 de abril de 2010

aula sobre Marx... a dialética que revela as contradições...

Confesso que o 1 semestre esta me surpreendo. Uma porque, abordar o pensamento de Marx ainda no começo de um curso de graduação, é um desafio e tanto. Porém , meus queridos alunos me surpreendem pela dedicação, atenção e participação.
Enfim, creio que nessas condições, dar uma aula como essa, ainda que teórica, torna meu ofício muito prazeiroso. Fecho com chave de ouro essa semana. Onde fiz uma balanço da antropologia como necessidade ao pedagogo e revisitei o pensamento marxista, como condição crítica a qualquer educador.
Parabéns aos alunos da Unemat. Esta se formando uma massa crítica capaz de emitir opiniòes sobre qualquer tema.

Conversas de professores...

Gostaria de colocar duas reflexões abaixo, estraídas de dois intelectuais que, a meu ver, consolidam essa postura de um tipo de professor comprometido com o seu meio...

"Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes - inclusive a si mesmo." (Nietzsche)

"Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre programas e pesquisas e terão mais prazer em falar sobre seus alunos." (Rubem Alves)

Vem ai o Dia das Diferenças...

Em 2007 tivemos a idéia de fazer um protesto bem humorado e crítico sobre o preconceito e a exclusão social. Os alunos da Escola Soares abraçaram essa idéia com muito vigor e criatividade. Naquele ano o que se viu foi um protesto sério e irreverente sobre todas as formas de discrinação para aqueles(as) que são diferentes. Esperamos que outras escolas e a própria Unemat continue alimentando essa idéia sadia e bem alegre de fazer protesto.
Que o dia das diferenças reafirme a igualdade nas diferenças...

Ou como diz Boaventura de Sousa Santos (sociólogo português)

"Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. Temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza".

Exército e cidadania...

Ontem cedo (29/04) me deparei com uma cena um tanto inusitada na praça dos trabalhadores (Juara). Os soldados (atiradores) do Tiro de Guerra estavam alegres a pintar e revitalizar os arredores da praça. Enfim, uma cena que poderia muito bem ser contaminada a outras entidades de Juara. Enfim, ações iguais a essa ampliam a noção de cidadania e alimentam o espírito solidário entre os munícepes. Parabéns pela brilhante iniciativa

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dinheiro para as democracias

Evitar corrupção e garantir a competição são preocupações no debate para identificar qual o melhor modelo de financiamento político. No debate sobre financiamento de partidos e eleições, impedir manobras corruptas não é a única preocupação. Existe também a de garantir que haja competição saudável, de modo que setores menos fortalecidos economicamente possam, em tese, concorrer com as mesmas possibilidades. No Brasil, o financiamento é misto – ou seja, os recursos vêm tanto do setor privado quanto do público, sendo o primeiro o predominante. A meu ver essa questão ainda é muito delicada no Brasil, haja visto essa cultura oculta sobre o financiamento de campanhas. Enfim, é bom a sociedade ficar alerta.

projeto ficha limpa...

Hoje teremos boas ou más noticias a respeito do projeto "ficha limpa" para futuros candidatos... Creio que exista muita resistência para a aprovação desse projeto ainda esse ano, até porque, os interesses estrapolam os problemas que cada politico tem com a justiça...
Enfim, sou favorável a esse projeto para simplesmente moralizar a política partidária brasileira.
A corrupção é algo que paraliza as políticas públicas de interesse social...
Enfim, é aguardar pra ver no que vai dar...

Entre o Lago e o Asfalto da Unemat

Bom dia...

Confesso que estou preocupado com a situação do enximento do lago próximo a Unemat e Escola agrícola. Não me convenceu a justificativa dada pela Empresa Águas de Juara de que o mal cheio e situação da água preta, é devido ao depósito de detritos antigos e ao represamento da água.
Creio que existe algo de estranho nisso. Enfim, espero que os profissionais responsáveis saibam lidar com esse problema com responsabilidade. E que o planejamento inicial das obras de asfaltamento sejam mantidas naquela região.
Por outro lado, é triste chegar naquele local e constatar um crime ambiental ali existente. Mal cheiro, água preta e esgoto "in natura" a céu aberto. A natureza mais uma vez, foi a vitima de situações como essa.
Lamentável.

sábado, 24 de abril de 2010

A INFELICIDADE COMO CONDIÇÃO HUMANA



De acordo com o pensamento Freudiano, os homens estão condenados a serem infelizes ou, ao menos, não gozar de uma felicidade plena. A idéia de que o homem seja feliz não esta posto na sua raiz histórica. Freud, psicanalista por convicção, dizia que a felicidade é um problema individual e cada um deveria procurar, por si, tornar-se feliz.

Tais dizeres podem soar um tanto provocativo aos olhos de um cristão. Bom! essa não é nossa intenção. Pelo contrário, desejamos aqui refletir com nossos leitores sobre a razão que nos move inconsciente rumo a felicidade, mas que, nos coloca diariamente mais perto da infelicidade.

Freud pergunta se os seres humanos podem realmente alcançar a felicidade e mantê-la no seu estado puro. Diz Freud ainda que o máximo que a humanidade consegue é usufruir de uma felicidade passageira, resultante de momentos isolados da vida.

Mas me coloco então a pensar criticamente a partir desse modelo teórico de Freud. Pois bem, se é falsa a idéia de Freud que estamos mais próximos da infelicidade do que da felicidade, porque então os momentos de felicidades são tão raros, ao passo que os momentos de infelicidade são tão freqüentes?

A meu ver, devemos ao menos pensar sobre essa idéia de Freud que nos aproxima de seres humanos com poucas experiências de felicidade no mundo. O sofrimento esta na raiz do processo histórico das relações humanas. O duro é que naturalizamos o sofrimento como condição para dar sentido as nossas realizações pessoais.

Minha hipótese é que existe uma relação muito contraditória entre felicidade e liberdade. O fato é que o mundo hoje acentuou a necessidade dos homens limitarem a sua liberdade. Afinal, levado ao extremo de sua realização, a liberdade plena, numa sociedade tão diferente como a nossa, tenderia a levar a humanidade a sua aniquilação total.

O que me preocupa nessas análises freudianas é o fato de que ele afirma categoricamente que os impulsos agressivos fazem parte da natureza humana. Para conter essa agressividade dos indivíduos é preciso aproximá-los dos sentimentos de amor, carinho e solidariedade.

Portanto, se a condição humana nos remete a um estado continuo de infelicidade, cuja liberdade é apenas uma vaga experiência prática, creio que é só no processo de radicalização da sensibilidade do indivíduo, que conseguiremos ter surtos permanentes de felicidade. Afinal, se a infelicidade é segundo Freud, a raiz da condição humana, o amor e a solidariedade seria nossa loucura.

Oseias Carmo Neves – sociólogo e professor da Unemat/Juara – oseias@hotmail.com