terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2011... desafios para as mulheres na política...

Nessa época do ano sempre procuramos renovar nossos planos e metas para o próximo ano que surge. Nesse caso, estamos diante de um 2011 que nos coloca vários desafios. Pontuo um em especial que é o desafio político do ano novo para o sexo feminino. Três casos em especial destaco como de grande significado para essa reflexão. O primeiro, diz respeito a chegada ao poder da primeira presidenta mulher no Brasil. O segundo, semelhante fenômeno, mas de repercussão local, é o desafio da não menos importante primeira presidenta mulher da Câmara dos vereadores de Juara. Terceiro e, por último, o desafio da primeira deputada estadual da nossa região de Juara. Eu diria que na somatória desses três exemplos na política para as mulheres, é o fato de estarmos diante de um cenário com um leve toque de sensibilidade. A meu ver, a sensibilidade feminina colocada a serviço da política, pode sim renovar os encaminhamentos dos interesses públicos no interior da política partidária. Creio que estamos presenciando um novo limiar de um inédito jeito de fazer e lidar com a política. Os exemplos de Dilma Rousseff, Cida Felix e Luciane Bezerra, são emblemáticos ao apontar que as mulheres adentram com vigor na cena política brasileira em 2011. Que elas possam avançar naquilo que alguns homens pouco conseguiram, isto é, o de representar na íntegra os interesses da população que as elegeram. Que a presença das mulheres na política possa em 2011 quebrar o núcleo duro da arrogância machista no tratamento político das questões de interesse social. Mas alerto, esses desafios não serão fáceis. É preciso que esses desafios sejam superados com aquilo que a mulher tem de particular na sua diferença em relação ao homem: o de encantar, seduzir e envolver tudo ao seu redor com uma magia de leveza, sensibilidade e amor ao próximo. Se assim o for, creio que as mulheres na política poderão reinventar uma nova política partidária centrada em valores morais, coletivos e éticos. Sucesso a todas as mulheres na política em 2011.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A prudência do silêncio diante do jogo político...

O que separa o discurso da ação? Tal resposta soa um tanto desafiadora quando pensamos ela como subproduto do jogo das disputas pelo poder político. Afinal, quando a política se envereda para o campo da hegemonia do poder, creio que nem Maquiavél poderia prever o que dela proverá. Já é corriqueira a máxima que diz que em política "os fins justificam os meios". Nesse caso, eis que emerge da luta pelo poder político o conceito de "demagogia". Entendo a demagogia como uma estratégia mesquinha e vulgar para criar cenários fantasiosos de um "bem estar" e de "dias melhores". No jogo político, a retórica demagógica usa da política para a tomada do controle do poder. Nesse caso, tenta-se maquiar o passado com um presente e futuro repleto de possibilidades messiânicas. Pena que aquilo que legitima esse tipo de estratégia esta centrado na crença daqueles que "ainda" acreditam na eficácia de discursos vazios de significado e ricos de contradições. É por isso que diante de um quadro de pauperização ideológica da política, é que se faz necessária a prudência do silêncio. O silêncio muitas vezes revela muito mais que um grito no vazio. O silêncio a meu ver, é uma vigorosa arma de luta contra aqueles que insistem em tornar a política lugar de demagogia. As vezes é estratégico partir para o embate, mas nesse caso, é prudente calar-se para que a realidade contraditória se revele como um exemplo a ser futuramente combatido.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O que revela a parada gay de Juara...

Os costumes, ligado a tradição e a cultura moral/religiosa, são os aspectos desencadeadores daquilo que chamo de "demagogia do preconceito". Digo demagogia porque em tempos modernos, não convém ter preconceitos, daí, essa generalização de que ninguém tem preconceito de nada e no mundo de hoje pode-se tudo. A meu ver, pura demagogia ou retórica de discurso. O que de fato temos são preconceitos irrustidos sobre os diferentes. A parada gay de Juara foi um tipico exemplo de espetáculo da mediocridade. Primeiro, pelo senso de ridiculo que os gays ali presentes sofreram do público nas calçadas. Segundo, pela falta de amadurecimento cultural das pessoas que insistem em tornar os gays alvo de humilhação, aberração e chacota. O espetáculo do ridículo encenado na parada gay, revelou duas coisas importantes: é difícil ser diferente num mundo de iguais; e que consciência se faz com educação, não com espetáculo. Se queremos avançar em nosso amadurecimento intelectual, temos que conquistar nossos espaços de forma estratégica e de acordo com nosso modo de vida. Copiar modelos ou mesmo, ficar preso a idéia tradicionais, ao meu ver, só alimenta aquilo que queremos destruir: o preconceito.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Esfarelando a Rodovia do Vale...

Passei esses dias pela rodovia do Vale que liga Juara a rodovia de acesso a Juina... Pra quem viu essa rodovia sendo construída, enfrentou os obstáculos naturais, antes e durante a obra, chega a dar pena, a situação que se encontra hoje. Não sou técnico, mas como leigo, arrisco a dizer que houve uma falha amadora na compactação do solo, fazendo-o ceder, e com isso, levar o asfalto a deteriorar. Uma pena, para uma construação tão aguardada como essa. A meu ver, a situação triste em que se encontra a rodovia do vale só tende a piorar com o aumento do fluxo de automóveis e caminhões. Ficar apenas lamentando não vai resolver. Apelar para as autoridades políticas pode ser um meio de pressão. Mas creio que diante do disperdício de dinheiro público, diante da importância da obra, diante da qualidade comprometida da obra, só existe um caminho eficaz para resguardar o interesse público dessa obra. E o caminho é o ministério público. A de se respeitar não apenas o dinheiro público investido, mas aqueles(as) que contrinuiram do seu bolso para que essa obra fosse o sonho de um novo tempo para a região. Infelizmente, esse sonho pode virar um pesadelo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Alfabetizando os idosos de Juara...

O departamento de Pedagogia/Unemat assinou hoje, 21/10, um termo de parceria com o Ministério Público, na pessoa do Dr. Paulo Henrique Amaral, para alfabetizar cerca de 60 idosos do Lar do Idoso de Juara. Um desafio grande, dada a complexidade e heterogeneidade desse grupo. Mas nossos acadêmicos e professores toparam encarar essa jornada de ação pedagógica. Pretendemos desenvolver ali ações pedagógicas de alfabetização, somadas a outras ações paralelas de caráter cultural, ambiental e de cidadania. Acho que a provocação feita a nós da Unemat pela Promotoria, nos faz realmente indagar sobre o papel social da universidade diante de demandas como essa. Aliás, não só a universidade, mas o poder público municipal e estadual, uma vez que a realidade naquele local é de total descaso institucional. Enfim, esperamos não somente alfabetizar esses idosos, mas também despertar a sociedade local para um maior engajamento e atenção a todos os nossos velhinhos. É preciso despertar a sociedade para a construção de "ações" aos idosos que ultrapassem o campo do "respeito", e que rumem as ações "concretas" de inclusão social. Afinal, ser idoso é uma condição natural e inevitável a todos nós.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

a política e seus reflexos polítcos...

Enfim, depois de um longo período inativo, estamos aqui de volta ao nosso blog tentando comentar as indas e vindas de nossa política local. A bola da vez é essa suposta resposta das urnas a gestão atual do Pref. Alcir Paulino. De cara, já pontuo que nesses primeiros dois anos de mandato houve sim alguns avanços no campo do planejamento, da promoção social, da educação e da agricultura. Já outras áreas eu diria que foi acometida por uma conjuntura de fatores internos e externos que não permitiram dar conta das demandas existentes. É claro que o eleitorado esta atento. A oposição também. E nesse entrelaçamento entre insatisfação popular e oposição, eis que surge um terreno fértil para que as mudanças ocorram. Ao que tudo parece algumas já estão sendo pensadas, outras, apenas sondadas. Creio que é por aí mesmo. É preciso sempre aperfeiçoar em prol de uma política efetivamente "pública". Faltam ainda mais dois anos dessa atual gestão municipal, e cabe ai aos verdadeiros críticos apostar no interesse coletivo. Oposição e situação devem continuar sim travando suas lutas no interior da hegemonia do poder político, mas devem o fazê-lo em prol daqueles as quais os políticos as representam, ou seja, o povo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam...

Em tempos passados invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas Deus foi exilado e o “povo” tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo... Não sei se foi bom negócio; o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de TV que o povo prefere.
Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro “O Homem Moral e a Sociedade Imoral” observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se “responsáveis” por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas. Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo, tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival.
Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.
De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça, é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: “Caminhando e cantando e seguindo a canção...”

Isso é tarefa para os artistas e educadores. O povo que amo não é uma realidade, é uma esperança.

(Rubem Alves)

Do livro: Conversas sobre política - Ed. Verus - 2002

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Hoje recomeçamos as aulas na Unemat

Saudações amigas aos nossos alunos...

Hoje recomeçamos as aulas do curso de pedagogia. Inspirada pela semana pedagógica, nosso curso pretende aplicar logo de cara algumas alterações no campo da extensão, do estágio e da pesquisa. A ideía é sempre aperfeiçoar visando a melhoria da qualidade do curso como um todo. Enfim, esperamos que o início desse semestre seja consolidada pelo diálogo e o debate pedagógico visando assim ampliar a qualidade dos profissionais da educação que formamos.

Sejam bem vindos(as) todos(as) alunos da Pedagogia Unemat.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Semana Pedagógica - ouvindo a sociedade...

Confesso ainda estar anestesiado com os resultados da Semana Pedagógica da Unemat/Juara. Nossa proposta de aproximar o planejamento das disciplinas com o sentimento dos alunos e comunidade externa surtiu um efeito fantástico. Colhemos opniões e sugestões ricas e maduras para o aperfeiçoamento de nossas práticas pedagógicas. Ouvir os alunos e a comunidade foi uma experiência maravilhosa na medida em que foi problematizada pelos intelectuais professores de nosso curso. Nossos doutores, mestres e graduados, pararam e se colocaram a ouvir as escolas, nossos alunos, secretários de educação, prefeitura, entidades sociais, etc. Enfim, exercitamos uma verdadeira pedagogia do diálogo integrado com os diversos sujeitos que compoem a seara do processo educacional. Afinal, educação não se faz apenas com intelectuais, mas se constrói nesse processo de troca de saberes, entre o científico e o senso comum. O curso de pedagogia aprendeu muito com esse diálogo. Nosso curso a partir de agora olhará com maior interesse aos anseios e demandas da sociedade, das escolas e das entidades sociais. Afinal, ensinar é também um ato de ouvir e aprender com os diversos sujeitos fora dos muros da academia.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

respondendo ao artigo da radio tucunaré - EDUCANDO/COLOCANDO LIMITES

Saudações Simoni...

Li seu artigo na coluna do site "radio tucunare". Interessante sua tese dos limites face a liberdade. Gostaria de poder me aprofundar mais dentro dessa análise fazendo uma contra-análise em direção oposta. Mas antes, talvez devessemos refletir sobre esse conceito que ja naturalizamos de "educação". Bom! minha tese é que a educação vem sofrendo de uma doença regenerativa que esta comprometendo sua base moral, ética e solidária. Falar em educação hoje implica em construir estratégias e mecanismos para sobrevivermos num mundo altamente competitivo e injusto. E nesse caso, a educação emerge dentro de um constexto de pura contradição, pois estamos presos a inúmeros fenômenos do tipo: consumo, vaidade, trabalho, religião, etc. Pensando dessa forma, creio que vivemos uma época onde as "educações" que se sobressaem na sociedade procuram justamente criar mecanismos de liberdade. A educação que mais vigora hoje não é a formal, não é a dos lares, mas sim, as das ruas, pois é nas ruas que temos contatos com esses fenômenos da sociedade. A regra e a norma, tal como os limites, causam certos traumas nos individuos desde crianças e na medida que o tempo vai passando cada vez mais as pessoas querem se libertar. Enfim, gostaria de refletir contigo sobre o sentido utópico que estamos imputando a "educação" hoje. Enfim, o que representa a educação hoje diante dos desafios colocados pela sociedade futura? São perguntas que ainda estão sem respostas. Mas seu artigo é um ponto interessante de reflexão.
Parabéns.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Amor ou Posse?

O nosso «amor pelo próximo» não será o desejo imperioso de uma nova propriedade? mesmo a mais bela paisagem, quando vivemos diante dela mais de três meses, deixa de nos poder agradar, qualquer margem distante nos atrai mais: geralmente uma posse reduz-se com o uso. O prazer que tiramos a nós próprios procura manter-se, transformando sempre qualquer nova coisa em nós próprios; é precisamente a isso que se chama possuir.
Cansar-se de uma posse é cansar-se de si próprio. (Pode-se também sofrer com o excesso; à necessidade de deitar fora, pode assim atribuir-se o nome lisonjeiro de «amor). Quando vemos sofrer uma pessoa aproveitamos de bom grado essa ocasião que se oferece de nos apoderarmos dela; é o que faz o homem caridoso, o indivíduo complacente; chama também «amor» a este desejo de uma nova posse que despertou na sua alma e tem prazer nisso como diante do apelo de uma nova conquista. Mas é o amor de sexo para sexo que se revela mais nitidamente como um desejo de posse: aquele que ama quer ser possuidor exclusivo da pessoa que deseja, quer ter um poder absoluto tanto sobre a sua alma como sobre o seu corpo, quer ser amado unicamente, instalar-se e reinar na outra alma como o mais alto e o mais desejável.
Enfim, quero apenas enfatizar que se é mesmo verdade que todo amor se reduz a posse, é igualmente sábia a máxima que diz que "toda posse se reduz com seu uso"... Entendam como quiserem...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tem cinema em Juara...

Em tempos de globalização de quase tudo, essa boa iniciativa em desenvolver em Juara o acesso da população a uma sala de cinema, é sem dúvida algo muito brilhante. Apesar da população ter fácil acesso a filmes em locadoras, isso não se compara a ver um filme numa sala ampla, com mais pessoas, com som de alto nivel e regado àquele frison da platéia. Enfim, o projeto cine mais cultura, mais do que ser uma sala de cinema, é um espaço de cultura, de lazer, de diversão, mas acima de tudo, um lugar onde podemos simplesmente se encontrar com a galera, comer uma pipoca e bater papo com os amigos.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vem ai novo Código Florestal Brasileiro...

É! ao que tudo parece, existe uma pressão do setor produtivo em prol de auterações e modernização do atual código florestal brasileiro. Para os leigos, o código florestal brasileiro normatiza o avanço da modernidade nas áreas de floresta. O debate fica então restrito a dois grupos pelos quais se apresentam como legítimos mandatários do futuro das florestas: o setor agropecuário e os ambientalistas. E o que esta se debatendo a fundo é o limite da atual fronteira agrícola nas áreas da amazônia, além do percentual de APP e reserva legal dos biomas brasileiros. O discurso se resume então na produtividade e necessidade de novas áreas produtoras de alimentos e a necessidade de manter intacto o ecossistema natural, preservando a todo custo florestas, nascentes e rios e fauna.
Enfim, como equacionar esse debate tão acirrado. Confesso que não sei. Até porque, o atual modelo de sociedade em que vivemos, pressiona a zonas produoras de alimentos a produzirem mais alimentos, até porque, a população mundial, só tende a aumentar.

O que virá nesse futuro Código Florestal, vai encaminhar o futuro da humanidade e do ecossistema. Dizem que é possível conciliar um Código que seja sustentável. Eu duvido muito. A questão nesse caso, é mais política que técnica. As vezes chego até a pensar que nem técnica é mais, mas o problema ambiental passou a ser de natureza cultural.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Para que serve a CRÍTICA afinal...?

Estou convicto que se houve muito falar em "postura crítica", mas pouco se sabe sobre seu verdadeiro fim. Boa parte de seus conteúdos caminham em direção oposta. Criticar, acima de tudo, é colocar publicamente um determinado ponto de vista pessoal. Não esta em jogo seu valor ético e moral, mas sim uma suposta opinião que revela um tipo exclusivo de pensamento e postura.
Uma crítica deve se pautar pela abertura e diversidade de opiniões. Obviamente, quem critica, deve estar aberto a ser criticado. A crítica em si não pode se fechar numa verdade inquestionável. A crítica é sempre um instrumento de contraposição de idéias. Nunca poderá ser uma idéia única, melhor e ideal a ser "imposta" por quem a faz.
Enfim, criticar é um ato educativo e necessário em qualquer processo político e social. Quem vive a margem da crítica esta fadado ao erro e a ilusão demagógica de suas ações. Ser alvo de crítica enopobrece nossas ações. Fazer crítica, enaltece nosso papel individual e coletivo. Faça críticas, mas faça com abertura a também recebê-las. Criticar e ser criticado é parte desse movimento democrático que vai dizer que "os opostos se atraem". Dizem até que vem da Física!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O movimento estudantil da Unemat - Juara

Ao que tudo indica, em breve teremos eleições acirradas para a nova composição de membros do DCE da Unemat em Juara. Avalio isso como extremamente positivo, pois demonstra que nossos alunos fazem política estudantil em prol do bom desenvolvimento da Unemat. Por outro lado, como professor de sociologia e política, esse tipo de enfrentamento em pleito eleitorais, demonstra o quanto nossos alunos(as) estão conscientes da importância que o movimento estudantil possui para as demandas da Unemat nesse campus. Espero que o teor das disputas sejam travadas na área de um saudável debate de idéias e que as chapas concorrentes tenham a plena consciência que é no embate de propostas que construiremos uma Unemat para todos. Como professor, parabenizo a autonomia dos alunos na condução desse processo político. Isso apenas mostra que quando se quer fazer política com responsabilidade e ética, a coisa flui e os resultados estarão sempre voltados ao bem coletivo. Parabéns aos alunos. Parabéns ao DCE.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O poder e a política...

Cada vez que volto as leituras do pensador Maquiavél para entender a classe política e sua paixão pela corrupção, mais percebo que na verdade, o que esta em jogo mesmo é a luta pelo PODER.
Creio que tais grupos políticos denigrem e maculam a verdadeira ética da política. E pra mim, a ética na política esta pautada no total comprometimento dos políticos com as demandas da população.
No entanto, a cada dia percebo que a ambição pelo poder político desvirtua o bom homem público.

Mas continuo defendendo que não é a POLÍTICA em si a grande vilã desse mal, mas sim, são aqueles(as), politicos, representantes do povo, que subvertem o interesse público em pról de seus interesses particulares.

É claro que toda regra existem suas excessões. Mas confesso que da pra contar nos dedos quem faz parte desse seleto e quase extinto grupo.

E é por acreditar nesses poucos bons políticos e por alimentar uma chama otimista, que eu ainda acredito na POLÍTICA como espaço real de transformação social.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

AMOR LÍQUIDO: sobre a fragilidade dos laços humanos

Olá amigos... Depois de um período de silêncio aqui no meu blog, estou de volta a ativa. E gostaria de convidá-los a uma leitura intrigante e desafiadora. Me refiro ao livro do sociólogo polonês Zygmunt Bauman chamado "Amor Liquido". Nesse livro o sociólogo Bauman vai dizer que a misteriosa fragilidade dos vínculos humanos, o sentimento de insegurança que ela inspira e os desejos conflitantes (estimulados por tal sentimento) de apertar os laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos, são o grande nó da sociedade moderna.

Bauman afirma que "

“Ao se comprometerem, ainda que sem entusiasmo, lembrem-se de que possivelmente estarão fechando a porta a outras possibilidades românticas talvez mais satisfatórias e completas”. Outro se mostra ainda mais sensível: “Em longo prazo, as promessas de compromisso são irrelevantes...” E assim, se você deseja relacionar-se, mantenha distância; se quer usufruir do convívio, não assuma nem exija compromissos. Deixe todas as portas sempre abertas.

O desafio esta posto. Então meus amigos(as), convidu-os a pensar nessa tese.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

resolução de conflitos... uma estratégia pedagógica...

Tenho observado em minhas aulas de sociologia da educação e antropologia cultural uma leve brisa de conflitos entre meus alunos(as) da Unemat. Os motivos eu desconheço, mas o fato é que alguns desses conflitos fazem acirrar um certo clima de disputa sobre a melhor ou mais válida opinião num debate. Como nas minhas aulas o debate é parte quase que constante, percebo que algumas opiniões possuem mais caráter de demarcação de espaço pessoal, do que um posicionamento intelectual. O pior é quando certas opiniões procuram desqualificar um aluno em relação a outro dentro da sala de aula. Enfim, esse fenômeno tem duas implicações distintas, uma boa e outra perigosa. A boa, é que faz com que todos os alunos estejam preparados para debater e estudem mais. A perigosa, é que o fundamento pedagógico das opiniões perde espaço para a simples opinião de senso comum. O fato é que isso acaba por comprometer uma aula. Se é mesmo normal o conflito, penso que é no debate de idéias e no respeito a diversidade de opiniões, que podemos construir um ambiente pedagógico de aprendizagem. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém. Mas é sim obrigado a tratar seus conflitos pessoais em locais externos a sala de aula. O legal de um debate é quando aprendemos na diversidade de opiniões e posicionamentos. Mas acima de tudo, é quando escutamos criticas, não concordamos, mas ouvimos ela. Portanto, escutar é diferente de ouvir. Escutar é um ato mecânico de nossos ouvidos. Ouvir é um ato responsável de respeito, pois ligamos o tímpano ao coração.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Até breve meu amigo...

Infelismente estamos perdendo um excelente profissional da área jurídica em Juara. Me refiro ao conhecido e polêmico Dr. Douglas Bernardes, juiz de direito desta comarca, que esta se transferindo para outra cidade de MT. Gostaria de prestar uma homenagem a esse intelectual da magistratura que soube como poucos unir a linguagem fria do direito com uma análise filosófica da realidade. É óbvio que tal postura incomodou a muitos, mas serviu de exemplos a tantos outros. Reconheço no Douglas um intelectual que se inspira nos valores espirituais da sua formação. Não que isso me faça concordar com ele. Pelo contrário! Talvez seja eu o mais crítico dos seus interlocutores. Mas eu o critico no fundamento da solidez teórica. Jamais, tentei desconstruir ou mesmo desqualificar seus posicionamentos. Dr. Douglas é sério, ao mesmo tempo que irreverente, é determinado, ao mesmo tempo que flexível. Ao meu amigo Douglas presto minhas homenagens. Tus és um intelectual em extinsão. Aprendi muito a fundamentar minhas críticas com suas posturas filosóficas de peso. A sociedade precisaria um pouco mais de espaços de debate como esse que eu e vc propiciamos ao longo desses 3 anos e meio. Foi um prazer conviver intelectualmente contigo. Vai com Deus. E que a sabedoria do pai celestial permita que vc possa erradiar situações que vc mesmo sempre insistia em suas aulas de filosofia. Transgredir!!

sábado, 15 de maio de 2010

Reavivendo um debate legítimo de idéias - Douglas x Oseias....

Hoje tive o prazer de travar um saudável debate com o Juiz de Direito de Juara, pra mim um amigo chamado Douglas. Uma amizade se revela nessa contraposição de idéias, no pensamento divergente e no embate teórico. E foi isso que aconteceu. O Douglas ao apresentar sua tese sobre os três poderes do Estado, se referiu a questão de falta de legitimidade de cada poder, diante da sociedade civil. Coloquei a ele que entender a lógica do poder político é algo que poderia ser feito a partir da compreensão do fenômeno da "autoridade". Pra mim, não existe poder sem autoridade, nem que essa se revele na sua forma oculta. É claro que ele não concordou, afirmando que nem todo poder esta amaparado pela autoridade, mas sim por sua eficácia. Pois bem, minha reflexão sobre o tema do poder político, se revela importante porque estamos num curso sobre "promotores populares", e como tal, devemos mergulhar na compreensão da lógica da luta por direitos, o que, a meu ver, passa pela compreensão da autoridade do poder político. Daí refletir sobre o sentido do conceito de "solidariedade" em nosso tempo, como motor propulsor da luta por direitos. Afinal, existe a solidareidade autruista e a egoista. Enfim, o debate ainda esta em aberto. Mas debates iguais a esse é obra em extinsão. Adeus a "ágora".

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Internet e nossos instintos...

No mundo virtual não há nenhuma perversão nova, apenas as velhas modalidades que já assombravam as ruas da realidade. A diferença é que, na Internet, qualquer um pode exercer seu sadismo protegido pelo anonimato, na certeza da impunidade. Basicamente, a idéia é: “Se ninguém sabe quem eu sou, não só posso ser qualquer um, como posso fazer qualquer coisa”.

Mini-Curso: Gramsci e a filosofia da práxis

Prof. Dr. Marcos Del Roio
Livre-docente em Ciência Política, Faculdade de Filosofia e Ciências –
Universidade Estadual Paulista – UNESP,
Campus Marília
Doutor em Ciência Política – USP

PROMOÇÃO:
Programa de Pós-Graduação em Política Social – ICHS – UFMT
Departamento de Sociologia e Ciência Política – ICHS – UFMT

Data: 26 e 27/05/2010
Carga horária: 20 horas
Local: Auditório 2 do ICHS
INSCRIÇÕES: De 18 a 20/05, das 14 às 18h – Sala 28 do ICHS –

Mestrado em Política Social – Vagas limitadas
Informações: (65) 3615-8472

Objetivo do curso

O objetivo deste curso é oferecer uma visão avançada de conjunto da
filosofia política de Antonio Gramsci por meio da análise de seu método, de
universo categorial, expondo a sua gênese e contexto histórico.

Ementa

Abordagem da teoria política marxista, suas vertentes, suas elaborações mais
importantes e que guardam atualidade, realçando as formulações que destacam
o protagonismo dos trabalhadores.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Educadores, à ação!

“A educação no Brasil não funciona porque, enquanto ‘soluções’ abundam aos borbotões, não se enfoca seu principal problema. Nossa escola não vê que seu próprio objetivo, assim como seus meios – os de ‘passar’ informação sem considerar que cada indivíduo é um indivíduo, com suas peculiaridades, com sua história, suas condições de vida – são absoluta e irremediavelmente equivocados. É necessário compreender que o jovem tem querer próprio, que este jovem quer algo diverso do querer do adulto, e compreender que repetir fórmulas ‘como um papagaio’, sem digerir os conhecimentos, jamais o levará a construir conhecimentos, e nem mesmo sequer a elaborar a ‘conservação da informação’ tal como esse modelo pretende. E ainda, abordando uma outra perspectiva, estudar apenas porque se ganha um prêmio, ou porque se é castigado em caso contrário, remete ao modelo behaviorista ao qual nos referimos anteriormente, e se baseia numa concepção de educação como ‘treino’ e ‘adestramento’, ignorando o homem como ser cultural, ético, e que constrói sua própria história.

Resta, portanto, diante da desesperadora situação da educação brasileira, conclamar a universidade para que, em lugar de se isolar em seu Olimpo e voltar-se apenas para seus meandros, sua maratona de publicações, sua política interna, seus jogos internos de poder, abra-se verdadeiramente para a dolorosa realidade social de nosso país que clama por soluções, por conhecimento a orientar as políticas, por ética a fundamentar as decisões, e traga o saber acadêmico para mais perto das injustiças sociais. O pesquisador, o cientista, o acadêmico, o intelectual, têm antes de tudo um compromisso político, pelo lugar que ocupam. E esse compromisso se realiza com ações, com o agir embasado na reflexão teórica."

O 13 de maio é mesmo uma data a ser comemorada?

A data está um pouco desprestigiada desde a década de 1970, quando os movimentos negros brasileiros resolveram instituir um dia da consciência negra para ressaltar o papel dos próprios negros no processo de sua emancipação. Assim, o dia 20 de novembro, que relembra a execução de Zumbi, seria um contraponto ao 13 de maio.
A questão que se pode levantar a partir disso é: há ou não motivos para a comemoração do 13 de maio? A efeméride tem, sim, seu valor histórico. Ela comemora a vitória do movimento abolicionista e do parlamento brasileiro. A campanha abolicionista, um dos maiores movimentos cívicos da história do Brasil, ao lado da campanha pelas Diretas Já, atingiu o êxito no exato momento que a princesa Isabel assinou a célebre lei.

Por outro lado, é importante ter em mente que a história trata de fatos do passado, mas as interpretações desses fatos dependem da época em que elas são feitas. O significado dos fatos, portanto, varia de acordo com as gerações de historiadores que se debruçam sobre eles e, também, segundo a ideologia que está por trás de suas interpretações.



quarta-feira, 12 de maio de 2010

Unemat visita Frigorífico...

A direção do Frigorífico Pantanal entrou em contato comigo e propôs uma visita educacional nas instalações da unidade de Juara. Achei muito interessante, até para dar visibilidade às propostas feitas pela empresa para minimizar o mal cheiro. Gostaria então de convidar todos os alunos(as) da Unemat para essa visita. A princípio ficou marcado para o próximo sábado, 15/05, as 14:00 (tarde) com concentração na praça dos trabalhadores, em frente ao CAT, para em seguida, sair numa caminhada até o Frigorífico Pantanal. O objetivo dessa visita é conhecer as instalações do Pantanal, bem como, as futuras melhorias que a empresa fará a fim de eliminar o mal cheiro exalado.
Acho essa iniciativa excelente e educativa. Quanto mais transparente for esse processo de eliminação do mal cheiro, mais a sociedade apoiará tal iniciativa. Esperamos que a empresa possa ter na sociedade um parceiro para ampliar sua atuação local com responsabilidade social e ambiental. Esperamos que todos os alunos estejam presentes nessa visita no próximo sabado. Até lá...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Frigorífico Pantanal - Audiência Pública - I

Ontem supreendeu o grande número de pessoas que foram na audiência pública do frigorífico. No entanto, triste foi constatar que nossa previsão que o Savoini seria pequeno para esse debate se confirmou. Muita gente do lado de fora, mas muita mesmo. Mesmo assim, opniões, clamores, números, justificativas técnicas, derão a tônica dessa audiência pública. O mal cheiro, o desemprego e a economia, foram os pontos debatidos. No entanto, não percebi nos diretores da empresa, qualquer menção aos odores exalados pelo frigorífico. Nas entrelinhas, deu a entender que a cidade teria que pagar esse preço (custo-benefício), em função das divisas econômicas abertas em nossa cidade. É bom que se diga que não houve qualquer tentativa de politização dessa audiência, nem mesmo qualquer discurso terrorista e irresponsavel sobre um suposto fechamento da empresa. Percebeu-se sim uma grande apreensão da população sobre a continuidade desse problema. Afinal, esse cheiro incomoda e muito. Nos relatórios técnicos apresentados pela empresa e ministério público existe ainda uma solução técnica para a eliminação do mal cheiro. Porém, o custo financeiro dessa obra exigirá maior investimento da empresa. O que se sabe é que já esta em curso uma nova lagoa e novos dispositivos técnicos de melhoria desse mal cheiro. Enfim, creio que a audiência pública, apesar de tudo, mostrou que a opinião pública possui posicionamentos distintos. E que essa mesma opinião pública quer uma solução que leve em conta o desenvolvimento da região e a manutenção dos empregos, mas que também, propicie uma qualidade de vida digna áqueles que querem pelo menos respirar um ar puro.

sábado, 8 de maio de 2010

O que as escolas ensinam afinal...

Mais de 60% das escolas públicas e particulares no Brasil se identificam como adeptas do construtivismo. Sendo assim, parece óbvio que seis de cada dez crianças brasileiras estão sendo educadas com base em uma doutrina didática cuja natureza, objetivos e lógica devem ser de amplo conhecimento de diretores, professores e pais. Correto? Errado. Uma pesquisa conduzida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) desvenda um cenário obscuro. Em plena era da internet, os conceitos do construtivismo parecem ter chegado ao Brasil via as ondas curtas de 49 metros de propagação troposférica, com suas falhas e chiados. Ninguém sabe ao certo como o construtivismo funciona, muito menos saberia listar as razões pelas quais ele foi adotado ou deve ser defendido. Ele é definido erradamente como um "método de ensino". O construtivismo não é um método. É uma teoria sobre o aprendizado infantil posta de pé nos anos 20 do século passado pelo psicólogo suíço Jean Piaget. A teoria do suíço deu credibilidade à concepção segundo a qual a construção do conhecimento pelas crianças é um processo diretamente relacionado à sua experiência no mundo real. Ponto. A aplicação prática feita nas escolas brasileiras tem apenas o mesmo nome da teoria de Piaget. O construtivismo tornou-se uma interpretação livre de um conceito originalmente racional e coerente.
Trocando em miúdos: a escola não leva em conta que as crianças aprendem fora dela...

Unemat -Juara - agora vai...

Semana tumultuada foi essa última na Unemat, campus de Juara. Acusações, insinuações, retaliações, reuniões, debates e muita, muita burocracia. Mas enfim, numa reunião de colegiado que começou as 14:00 de sexta e terminou por volta das 23:00, creio que muito se avançou em relação ao bem da instituição. Esclarecemos muita coisa em relação a saída do Prof. Wilton, ao pedido do DCE de sua volta, a avaliação dos professores que estão saindo do probatório e tantos outros pedidos de alunos que estavam em pauta. Não tivemos aula nesse dia, mas creio que o motivo foi justo, afinal, reconduzimos o Prof. Wilton de volta a chefia, aprovamos todos os professores em estágio probatório, liberamos os professores substitutos a orientarem pesquisa de TCC e limpamos a pauta da secretaria acadêmica. Enfim, acho que avançamos na consolidação de uma Unemat democrática e funcionando. É claro que falta muita coisa, mas é um avanço. Aos poucos iremos corrigindo os erros e aprimorando os equivocos.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sobre a queda de braço entre professores e prefeitura...

Mais uma greve a vista. Mais uma vez os trabalhadores da educação do centro das discussões. Não se discute o mérito e a relavância da reivindicação do Sintep. No entanto, ainda insisto na tese de que a greve não é o instrumento mais eficaz de luta por direitos. O direito dos trabalhadores da educação é legítimo é deve sim ser colocado na ordem do dia das discussões. Mas ainda acho que lutar através do cruzamento de braços da categoria, pouco agrega na construção de uma legitimidade da sociedade juarense. Pelo contrário, cria situações de desgastes social a uma reivindicação justa. Por outro lado, creio que se fala muito em "gestão participativa" das prefeituras. Se isso realmente fosse posto em pauta com transparência e publicidade, muitas dores de cabeça poderíam ser evitadas. Todas as prefeituras do Brasil passam por um período de crise financeira, de enxugamento de pessoal e de contenção de despesas. Se isso acontecesse aqui em Juara, era só dar ciência a população rotineiramente. Mas ainda temos no meio desse debate o papel mediador dos vereadores. Muito se fala em educação, mas nesses momentos de greve, pouco se vê vereadores mediando conflitos. Sou da tese de que uma greve desgata a todos. Sou da tese de que a prefeitura deveria abrir suas contas a categoria mostrando até onde ela tem capacidade de pagamento. Sou da tese de que os vereadores poderíam ser mais atuantes nesses momentos. Nossa educação não merece ser tratada apenas como discurso vazio e sem sentido de ação.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O solo sagrado da Caixa Econômica Federal em Juara...

Domingo passado o padre Ademir anunciou aos fiéis que a igreja católica irá começar uma campanha para angariar fundos para a construção da agência de Juara da Caixa Econômica Federal. Foi um mixto de alegria e surpresa, pois serão os fiéis cristãos, aqueles(as) que colaboraram financeiramente para a materialização dessa obra. Confesso que na minha ignorância, pensava ser a Caixa, a própria executora dessa obra. Enfim! Uma obra dessa envergadura, merece nosso apoio. Afinal, todos bem sabem que a Caixa Econômica Federal é a instituição que fomenta o crescimento de uma cidade e região. Com certeza, Juara terá um novo impulso com sua chegada. Ainda mais abençoada por estar em solo sagrado. É como sempre me diz meu amigo Padre Ademir... (99 neles...) Enfim, a política e a sociedade agradecem o empenho da igreja católica em questões que transcedem seu papel evangelizador.

Audiência Pública - Frigorífico Pantanal

Se aproxima o dia em que a população de Juara poderá reafirmar sua indignação contra o incômodo mal cheiro e os constantes abusos de crimes ambientais praticados pelo Frigorífico Pantanal. Creio que já exista um certo sentimento de condenação antecipada a postura omissa do frigorífico. Na outra ponta, estão os trabalhadores daquele local, temerosos sobre as consequências dessa audiência pública em relação ao seu emprego. Eu queria aqui manifestar meu otimismo para que uma solução tecnológica possa satisfazer todos os interesses em jogo. E que audiência pública sobre o frigorífico possa sim servir para que a população, ministério público, diretores da empresa e prefeitura, possam construir juntos alternativas responsáveis e sensíveis, tanto a qualidade de vida, quanto a manutenção dos empregos. Condenar a priori, é um equívoco. Omitir é irresponsabilidade. Mas construir alternativas sustentáveis, é demonstração de maturidade de todos os atores envolvidos nesse processo. Que a audiência pública do frigorífico pantanal, possa servir para que o povo, os advogados do povo e os representantes políticos do povo, possam apontar soluções sensíveis as demandas de Juara. Inclusive sobre um possível impacto de qualquer decisão que ali venha ser tomada.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

eu, meus alunos e minha postura...

Ontem, dando uma aula teórica de sociologia da educação, fui interpelado pelos meus alunos a respeito da minha conduta metodológica que muitas vezes inibe eles de comentarem sobre uma dúvida. Me senti meio acuado e escutei as críticas. Confesso que para alguém tão seguro como eu, saber que sua aula não esta surtindo o efeito pedagógico esperado, é um baque. Enfim, procurei escutar as críticas e, ao final, me fechei numa profunda reflexão sobre minhas aulas. Deixo bem claro que foi bom essas críticas, afinal, estou repensando minhas práticas pedagógicas. É claro que isso exige mudanças e rupturas da minha parte, como da parte dos alunos. Mas confesso que o contato real com esse tipo de situação faz balançar minha suposta segurança intelectual. Enfim, é juntar os cacos, mudar os rumos, corrigir os erros e continuar trilhando nosso oficio.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Luiz Gugelmin - o homem do desenvolvimento...

Conheci o Luiz em 2009 na época das discussões acaloradas do zoneamento. Sempre com uma postura serena, equilibrada e otimista, demonstrava sua vontade em tranformar a região de Juara em modelo de desenvolvimento agropecuário. Sua preocupação com a qualidade de vida da população também sempre estava em seus discursos e metas. Através do asfalto, ele meio que materializou uma parte desse sonho. É inevitável que a ligação asfaltica do Vale do Arinos com outras localidades aumenta a auto estima da população e amplia os horizontes de investimentos nessa região. Enfim, aprendi a admirar o Luiz como pessoa visionária. Um empresário, que não mede esforços para dar um pouco de si, em prol do desenvolvimento de nossa região. Creio que a política de nossa região deveria mirar em exemplos como esse. Postura e comprometimento, são suas marcas de trabalho.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Homenagem a Claude Lévi-Strauss...

A influência intelectual de Lévi-Strauss – que realizou no Brasil seus primeiros estudos de etnologia entre populações indígenas – transcende a antropologia. “Ele foi sem dúvida um dos maiores antropólogos da história e, a partir de seus trabalhos ligados ao âmbito do parentesco e dos mitos, influenciou todos os ramos da antropologia. Mas, especialmente a partir de 1962, com a publicação de Pensamento selvagem, sua obra passou a dialogar com a filosofia. Daí em diante, o estruturalismo adquiriu uma importância enorme, com impacto na filosofia, na psicanálise, na crítica literária e nas ciências humanas de modo geral”.
O antropólogo Claude Lévi-Strauss morreu, aos 100 anos, em novembro de 2009...
Mesmo que tardio, fica aqui registrado, aqui das longinquas terras da amazônia, da pequena e pacata cidade de Juara, um tributo e homenagem áquele que ajudou o Brasil a se ver por dentro, a enxergar sua diversidade cultural e, acima de tudo, a valorizar sua cultura.

Neymar e o resgate do imaginário popular...

Pois é, como intelectual, me rendo ao encanto desse jovem promissor jogador de futebol do Santos. O capitalismo apesar de conseguido burocratizar o futebol e suas táticas, ainda deixa espaço para pequenos instantes de genialidades. Neymar é um desses raros exemplos, onde através de um futebol moleque, resgata a alegria do futebol com irreverência e arte. E isso encanta a população, anestia os problemas diários, e nos faz sonhar com um Brasil melhor. Incrível né! A alegria que tomou conta de boa parte da população brasileira, inclusive aqui a de Juara. Ruas vazias na hora do jogo, olhos atentos, espectativa para um instatante de mágica. Enfim, só o futebol é capaz disso. Bom seria se a política um dia tivesse esses pequenos gênios. Gênios políticos que fizessem a população ao menos sonhar com uma vida melhor. Utopias a parte... Parabéns Neymar! Parabéns Santos. Ah! parabéns ao Ganso também né...rs...rs...
O Dunga... pelo bem da autoestima brasileira, chama os dois vai...

Promotores Populares...

Sábado passado teve continuidade o curso promovido pelo Ministério Público de Juara acerca da capacitação dos futuros promotores populares. Brilhantemente conduzido pelo Promotor Paulo Henrique a abordagem foi em cima do Art. 5º da Constituição Federal sobre os Direitos e Deveres do Indivíduo e Coletivos. Interessante foi a criatividade dos participantes, dando interpretações no campo teatral e na forma clássica de seminário. Meu grupo coube a tarefa de analisar a parte final onde procurei destacar a profunda contradição entre o Direito Constitucional e o Direito de fato, tangível e acessível a boa parte da população. Creio que a questão posta coloca essa triste sensação de que o direito a ter direitos é na verdade o resultado das lutas individuais e coletivas e não naquilo que esta previsto na Constituição.
Enfim, o curso é positivo pois anuncia para população instrumentos de participação para que ela lute pelo seus direitos.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

aula sobre Marx... a dialética que revela as contradições...

Confesso que o 1 semestre esta me surpreendo. Uma porque, abordar o pensamento de Marx ainda no começo de um curso de graduação, é um desafio e tanto. Porém , meus queridos alunos me surpreendem pela dedicação, atenção e participação.
Enfim, creio que nessas condições, dar uma aula como essa, ainda que teórica, torna meu ofício muito prazeiroso. Fecho com chave de ouro essa semana. Onde fiz uma balanço da antropologia como necessidade ao pedagogo e revisitei o pensamento marxista, como condição crítica a qualquer educador.
Parabéns aos alunos da Unemat. Esta se formando uma massa crítica capaz de emitir opiniòes sobre qualquer tema.

Conversas de professores...

Gostaria de colocar duas reflexões abaixo, estraídas de dois intelectuais que, a meu ver, consolidam essa postura de um tipo de professor comprometido com o seu meio...

"Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes - inclusive a si mesmo." (Nietzsche)

"Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre programas e pesquisas e terão mais prazer em falar sobre seus alunos." (Rubem Alves)

Vem ai o Dia das Diferenças...

Em 2007 tivemos a idéia de fazer um protesto bem humorado e crítico sobre o preconceito e a exclusão social. Os alunos da Escola Soares abraçaram essa idéia com muito vigor e criatividade. Naquele ano o que se viu foi um protesto sério e irreverente sobre todas as formas de discrinação para aqueles(as) que são diferentes. Esperamos que outras escolas e a própria Unemat continue alimentando essa idéia sadia e bem alegre de fazer protesto.
Que o dia das diferenças reafirme a igualdade nas diferenças...

Ou como diz Boaventura de Sousa Santos (sociólogo português)

"Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. Temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza".

Exército e cidadania...

Ontem cedo (29/04) me deparei com uma cena um tanto inusitada na praça dos trabalhadores (Juara). Os soldados (atiradores) do Tiro de Guerra estavam alegres a pintar e revitalizar os arredores da praça. Enfim, uma cena que poderia muito bem ser contaminada a outras entidades de Juara. Enfim, ações iguais a essa ampliam a noção de cidadania e alimentam o espírito solidário entre os munícepes. Parabéns pela brilhante iniciativa

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dinheiro para as democracias

Evitar corrupção e garantir a competição são preocupações no debate para identificar qual o melhor modelo de financiamento político. No debate sobre financiamento de partidos e eleições, impedir manobras corruptas não é a única preocupação. Existe também a de garantir que haja competição saudável, de modo que setores menos fortalecidos economicamente possam, em tese, concorrer com as mesmas possibilidades. No Brasil, o financiamento é misto – ou seja, os recursos vêm tanto do setor privado quanto do público, sendo o primeiro o predominante. A meu ver essa questão ainda é muito delicada no Brasil, haja visto essa cultura oculta sobre o financiamento de campanhas. Enfim, é bom a sociedade ficar alerta.

projeto ficha limpa...

Hoje teremos boas ou más noticias a respeito do projeto "ficha limpa" para futuros candidatos... Creio que exista muita resistência para a aprovação desse projeto ainda esse ano, até porque, os interesses estrapolam os problemas que cada politico tem com a justiça...
Enfim, sou favorável a esse projeto para simplesmente moralizar a política partidária brasileira.
A corrupção é algo que paraliza as políticas públicas de interesse social...
Enfim, é aguardar pra ver no que vai dar...

Entre o Lago e o Asfalto da Unemat

Bom dia...

Confesso que estou preocupado com a situação do enximento do lago próximo a Unemat e Escola agrícola. Não me convenceu a justificativa dada pela Empresa Águas de Juara de que o mal cheio e situação da água preta, é devido ao depósito de detritos antigos e ao represamento da água.
Creio que existe algo de estranho nisso. Enfim, espero que os profissionais responsáveis saibam lidar com esse problema com responsabilidade. E que o planejamento inicial das obras de asfaltamento sejam mantidas naquela região.
Por outro lado, é triste chegar naquele local e constatar um crime ambiental ali existente. Mal cheiro, água preta e esgoto "in natura" a céu aberto. A natureza mais uma vez, foi a vitima de situações como essa.
Lamentável.

sábado, 24 de abril de 2010

A INFELICIDADE COMO CONDIÇÃO HUMANA



De acordo com o pensamento Freudiano, os homens estão condenados a serem infelizes ou, ao menos, não gozar de uma felicidade plena. A idéia de que o homem seja feliz não esta posto na sua raiz histórica. Freud, psicanalista por convicção, dizia que a felicidade é um problema individual e cada um deveria procurar, por si, tornar-se feliz.

Tais dizeres podem soar um tanto provocativo aos olhos de um cristão. Bom! essa não é nossa intenção. Pelo contrário, desejamos aqui refletir com nossos leitores sobre a razão que nos move inconsciente rumo a felicidade, mas que, nos coloca diariamente mais perto da infelicidade.

Freud pergunta se os seres humanos podem realmente alcançar a felicidade e mantê-la no seu estado puro. Diz Freud ainda que o máximo que a humanidade consegue é usufruir de uma felicidade passageira, resultante de momentos isolados da vida.

Mas me coloco então a pensar criticamente a partir desse modelo teórico de Freud. Pois bem, se é falsa a idéia de Freud que estamos mais próximos da infelicidade do que da felicidade, porque então os momentos de felicidades são tão raros, ao passo que os momentos de infelicidade são tão freqüentes?

A meu ver, devemos ao menos pensar sobre essa idéia de Freud que nos aproxima de seres humanos com poucas experiências de felicidade no mundo. O sofrimento esta na raiz do processo histórico das relações humanas. O duro é que naturalizamos o sofrimento como condição para dar sentido as nossas realizações pessoais.

Minha hipótese é que existe uma relação muito contraditória entre felicidade e liberdade. O fato é que o mundo hoje acentuou a necessidade dos homens limitarem a sua liberdade. Afinal, levado ao extremo de sua realização, a liberdade plena, numa sociedade tão diferente como a nossa, tenderia a levar a humanidade a sua aniquilação total.

O que me preocupa nessas análises freudianas é o fato de que ele afirma categoricamente que os impulsos agressivos fazem parte da natureza humana. Para conter essa agressividade dos indivíduos é preciso aproximá-los dos sentimentos de amor, carinho e solidariedade.

Portanto, se a condição humana nos remete a um estado continuo de infelicidade, cuja liberdade é apenas uma vaga experiência prática, creio que é só no processo de radicalização da sensibilidade do indivíduo, que conseguiremos ter surtos permanentes de felicidade. Afinal, se a infelicidade é segundo Freud, a raiz da condição humana, o amor e a solidariedade seria nossa loucura.

Oseias Carmo Neves – sociólogo e professor da Unemat/Juara – oseias@hotmail.com