sábado, 24 de abril de 2010

A INFELICIDADE COMO CONDIÇÃO HUMANA



De acordo com o pensamento Freudiano, os homens estão condenados a serem infelizes ou, ao menos, não gozar de uma felicidade plena. A idéia de que o homem seja feliz não esta posto na sua raiz histórica. Freud, psicanalista por convicção, dizia que a felicidade é um problema individual e cada um deveria procurar, por si, tornar-se feliz.

Tais dizeres podem soar um tanto provocativo aos olhos de um cristão. Bom! essa não é nossa intenção. Pelo contrário, desejamos aqui refletir com nossos leitores sobre a razão que nos move inconsciente rumo a felicidade, mas que, nos coloca diariamente mais perto da infelicidade.

Freud pergunta se os seres humanos podem realmente alcançar a felicidade e mantê-la no seu estado puro. Diz Freud ainda que o máximo que a humanidade consegue é usufruir de uma felicidade passageira, resultante de momentos isolados da vida.

Mas me coloco então a pensar criticamente a partir desse modelo teórico de Freud. Pois bem, se é falsa a idéia de Freud que estamos mais próximos da infelicidade do que da felicidade, porque então os momentos de felicidades são tão raros, ao passo que os momentos de infelicidade são tão freqüentes?

A meu ver, devemos ao menos pensar sobre essa idéia de Freud que nos aproxima de seres humanos com poucas experiências de felicidade no mundo. O sofrimento esta na raiz do processo histórico das relações humanas. O duro é que naturalizamos o sofrimento como condição para dar sentido as nossas realizações pessoais.

Minha hipótese é que existe uma relação muito contraditória entre felicidade e liberdade. O fato é que o mundo hoje acentuou a necessidade dos homens limitarem a sua liberdade. Afinal, levado ao extremo de sua realização, a liberdade plena, numa sociedade tão diferente como a nossa, tenderia a levar a humanidade a sua aniquilação total.

O que me preocupa nessas análises freudianas é o fato de que ele afirma categoricamente que os impulsos agressivos fazem parte da natureza humana. Para conter essa agressividade dos indivíduos é preciso aproximá-los dos sentimentos de amor, carinho e solidariedade.

Portanto, se a condição humana nos remete a um estado continuo de infelicidade, cuja liberdade é apenas uma vaga experiência prática, creio que é só no processo de radicalização da sensibilidade do indivíduo, que conseguiremos ter surtos permanentes de felicidade. Afinal, se a infelicidade é segundo Freud, a raiz da condição humana, o amor e a solidariedade seria nossa loucura.

Oseias Carmo Neves – sociólogo e professor da Unemat/Juara – oseias@hotmail.com

2 comentários:

  1. E já dizia o nosso poeta poetinha:
    "Tristeza não tem fim , felicidade sim!"

    Acho que o segredo é perceber que a felicidade está nas pequenas coisas, e são poucos os que percebem isso...

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  2. OLA!!! ADOREI AS NOTICIAS DO BLOG.
    PARABÉNS!!!ABRAÇO
    " A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza."

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Saudações...