terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A quem os políticos representam...

O título desse pequeno comentário pode soar um tanto contraditório, pois em tese, todo político deveria representar o povo a qual o legitimou a estar onde esta. No entanto, vejo muito falar em "articulações", "acordos", "alianças", etc. No entanto, não vejo nenhum político consultando sua "base eleitoral". Percebam que essa tal consulta se da de político para político e não de político para o povo. As vezes e, muito raramente, vejo alguns deles consultando sua "base partidária". Na teoria política, a "base" é aquilo que chamamos de sustentação popular, na qual, sustenta a representação de um determinado político. Daí o nome de "homem público representante do povo". Mas enfim, mera utopia aquilo que estou refletindo aqui. Até porque, o termo "base eleitoral" só ganha mesmo vizibilidade na hora do voto. Depois disso, a tal "base eleitoral" fica simplismente assistindo a distância as decisões dos "representantes do povo". Enfim, refletir não faz a ninguém né. Afinal, toda reflexão é um processo educativo que pode desencadear uma consciência critica dos cidadãos. Isso é tão importante numa democracia representativa, pois pode, de fato, recolocar o cidadão como um ator importante no processo político. Afinal, representado e representante devem ter a mesma sintonia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A pessoalização dos Partidos Políticos

Falar em partidos políticos atualmente soa como um espectro vazio de sentido e conteúdo. Essa tese ganha mais força quando analisada em regiões distantes dos grandes centros de poder. Juara é um bom exemplo para essa reflexão. Nessas pequenas regiões, o que torna visível não é o partido político, mas as pessoas que compõem e dão sustentação a essa facção. Tanto isso é verdade que os partidos políticos em pequenas cidades sequer são lembrados nas disputas políticas. O partido político é quase que confundido com as pessoas que os compõem. O que temos então diante desse cenário é o declínio da partidarização da política e a ascensão da “pessoalização” do partido político. O partido político transforma-se na mais pura tradução das vontades das pessoas muitas vezes disfarçada por um discurso colado nos interesses do povo. As pessoas reescrevem o partido segundo os interesses das pessoas e não dos partidos. Percebam que em épocas de disputas eleitorais o que ganha notoriedade pública são de fato as pessoas em detrimento aos partidos. Contraditório isso, uma vez que, segundo a Constituição Federal, as pessoas sozinhas não possuem capacidade jurídica para disputar qualquer pleito eleitoral. Pior ainda, é que filiar-se a um partido político, pelo menos teoricamente, é comprometer-se a um programa partidário comum a todos. Enfim, essa é uma característica de pequenos centros como Juara. As pessoas ganham muito mais visibilidade do que os partidos políticos. Na verdade, os partidos políticos são percebidos como mero sistema burocrático necessário ao pleito eleitoral. Nesse caso, não é exagerado afirmar que todos os partidos políticos são iguais segundo o fim a que almejam. Afinal, a busca das pessoas pelo poder político “usa” o partido político como estratégia. A meu ver, esse contraditório jogo pelo poder torna os partidos políticos algo meramente descartável.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O que as chuvas em SP e RJ ensinam para Juara

As tragédias climáticas ocasionadas pelas chuvas no Rio e em São Paulo devem nos servir de ensinamentos para possíveis problemas semelhantes que possam ocorrer em Juara. É claro que nossa geografia física nos privilegia em termos dos impactos decorridos de altas densidades de chuvas em terrenos com riscos de desmoronamentos. Aliás, é bom que se diga que Juara já viveu experiências de uma quase tragédia decorridos do excesso de chuvas. Mas e se acaso Juara presenciasse fenômenos climáticos semelhantes ao que estão acontecendo em SP e RJ? Estaríamos preparados para os impactos sociais decorridos desses fenômenos naturais? Minha avaliação é que “não”. A bem pouco tempo atrás presenciamos experiências semelhantes de cheias nos rios, tanto nas áreas rurais como urbanas de Juara. Essas pequenas tragédias naturais em Juara evidenciaram nossa baixa capacidade de lidar com esses fenômenos do ponto vista de uma ação emergencial ou mesmo preventiva. Reparem que nesses momentos ficamos reféns de ações individuais isoladas da sociedade. Não possuímos uma capacidade técnica e pública de fazer frente a essas pequenas catástrofes. Não possuímos sequer uma defesa civil preparada para agir organizadamente nesses momentos. Isso além do fato de não possuirmos uma guarnição do corpo de bombeiros. Na verdade, as tragédias ocorridas em SP e RJ nos revelam a necessidade do poder público local em se organizar preventivamente para fenômenos naturais desse tipo. Até porque, não podemos se valer da improvisação e da boa vontade da sociedade em dar conta daquilo que é competência dos poderes públicos. Por mais que não se compare SP e RJ com Juara, me preocupa se os níveis de precipitação de chuvas noticiadas pela mídia que ocorreram em SP e RJ ocorressem na região de Juara. Creio que teríamos uma possível catástrofe social restrita aos padrões sociais da nossa região. Fica registrado o alerta! Afinal, não podemos mais ficar como meros espectadores de tragédias vistas à distância pela mídia. Principalmente nosso poder público local e estadual. Afinal, mais triste do que ver tragédias como as de SP e RJ, é ver a inércia da do poder público local em antever possíveis cenários como aqueles que estamos assistindo pela TV.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A diferença entre Reforma e Revolução...

Começo de ano na política sempre é marcado pelo já habitual discurso da mudança. É reforma daqui, é revolução dali. Para os leigos, reforma e revolução soam como fenômenos bem parecidos, diferenciando tão somente na sua grafagem. No entanto, é bom que se frise que reforma e revolução partem sim do mesmo princípio, isto é, a "mudança", mas, em seus encaminhamentos, possuem metas totalmente diferenciadas. A reforma, em síntese, é algo que pressopõe mudanças pontuais, mas que conserva sua essência principal, seja ela qual for. Já a revolução, também significa mudanças, no entanto, seu princípio básico é a radicalidade, ou seja, é a mudança na sua essência e totalidade sem conservar nenhum vestígio daquilo que esta sendo mudado. Portanto, na "Reforma" se muda conservando alguma coisa. Na "Revolução" se muda rompendo com tudo que esta sendo mudado. Por isso, é bom que se reflita seriamente sobre os limites daquilo que se diz em relação ao que, como e onde "reformar" ou "revolucionar". Afinal, em política, a retórica do discurso político, pode, muitas vezes, tornar seu conteúdo vazio de significado e insignificante do ponto de vista prático. A meu ver, a política partidária e governamental nesse começo de ano se vale muito dessas estratégias. Seja pela via da "reforma" ou pela via da "revolução" se planta a esperança de mudança pelo caminho da política. Enfim, só estou destacando esse ponto nesse artigo, porque muito se comentou nos discursos de posse de governadores e da presidenta do Brasil, reformar e revolucionar muita coisa. Afinal, em política, mudanças radicais sempre implicam em ferir interesses. Ao leitor desse artigo, caberá refletir sobre os limites e possibilidades desses discursos políticos.