segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A pessoalização dos Partidos Políticos

Falar em partidos políticos atualmente soa como um espectro vazio de sentido e conteúdo. Essa tese ganha mais força quando analisada em regiões distantes dos grandes centros de poder. Juara é um bom exemplo para essa reflexão. Nessas pequenas regiões, o que torna visível não é o partido político, mas as pessoas que compõem e dão sustentação a essa facção. Tanto isso é verdade que os partidos políticos em pequenas cidades sequer são lembrados nas disputas políticas. O partido político é quase que confundido com as pessoas que os compõem. O que temos então diante desse cenário é o declínio da partidarização da política e a ascensão da “pessoalização” do partido político. O partido político transforma-se na mais pura tradução das vontades das pessoas muitas vezes disfarçada por um discurso colado nos interesses do povo. As pessoas reescrevem o partido segundo os interesses das pessoas e não dos partidos. Percebam que em épocas de disputas eleitorais o que ganha notoriedade pública são de fato as pessoas em detrimento aos partidos. Contraditório isso, uma vez que, segundo a Constituição Federal, as pessoas sozinhas não possuem capacidade jurídica para disputar qualquer pleito eleitoral. Pior ainda, é que filiar-se a um partido político, pelo menos teoricamente, é comprometer-se a um programa partidário comum a todos. Enfim, essa é uma característica de pequenos centros como Juara. As pessoas ganham muito mais visibilidade do que os partidos políticos. Na verdade, os partidos políticos são percebidos como mero sistema burocrático necessário ao pleito eleitoral. Nesse caso, não é exagerado afirmar que todos os partidos políticos são iguais segundo o fim a que almejam. Afinal, a busca das pessoas pelo poder político “usa” o partido político como estratégia. A meu ver, esse contraditório jogo pelo poder torna os partidos políticos algo meramente descartável.

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